O governo cobrará dos prefeitos cassados nos últimos anos as despesas
geradas pelas eleições suplementares convocadas justamente porque os
mandatos dos candidatos eleitos são posteriormente suspensos por crimes
eleitorais ou seus registros de candidatura definitivamente
indeferidos.
Desde 2008, os eleitores de aproximadamente 180 municípios tiveram de
voltar às urnas para substituir os prefeitos que cassados, cujos
crimes acabaram por gerar também a anulação das eleições. Os gastos com
essas votações suplementares podem chegar a R$ 5 milhões.
A Advocacia-Geral da União (AGU) vai processar os prefeitos cassados e
tentará tirar do bolso deles os gastos que a União teve com as novas
eleições.
O acordo entre TSE e AGU, que vale por cinco anos, serve também de
recado para os candidatos que disputarão as eleições municipais deste
ano. Informações da Agência Estado.
O candidato que for eleito em outubro,
mas que tiver praticado crimes eleitorais e for cassado por isso, será
processado e ter de arcar com os custos de uma nova eleição.
Pelo convênio, depois que prefeitos forem cassados em definitivo
pela Justiça Eleitoral, os tribunais regionais eleitorais ou o TSE
acionarão a AGU para que adote as medidas necessárias para cobrar
judicialmente as despesas geradas pela nova votação.
“Trata-se de mais um instrumento de penalização para quem viola a
cidadania e a própria democracia e através de fraudes obtém um resultado
favorável no processo eleitoral”, afirmou o advogado-geral da União,
Luís Inácio Adams.
“O contribuinte brasileiro não pode ser responsabilizado por pagar
os custos que o Estado não deveria ter, gerados por fraude no processo
eleitoral”, acrescentou.
As eleições suplementares são convocadas sempre que o candidato
eleito com mais de 50% dos votos tiver o registro de candidatura
indeferido ou tiver seu mandato cassado por algum crime eleitoral, como
compra de votos, abuso de poder político ou econômico.
Neste ano, os eleitores de quatro municípios escolherão o prefeito que terá um mandato tampão de menos de um ano.
No dia 29, os eleitores de Colônia do Gurgueia (PI) e de Eliseu Martins (PI) escolherão os novos prefeitos.
No dia 5 de fevereiro, o novo prefeito de Teresópolis (RJ) será
escolhido. E no dia 4 de março, será eleito o novo prefeito de Madre
Deus (BA). No ano passado,ouve eleições suplementares em 44 municípios.
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